Comarca de Pouso Alegre

Identity area

Type of entity

Corporate body

Authorized form of name

Comarca de Pouso Alegre

Parallel form(s) of name

Standardized form(s) of name according to other rules

Other form(s) of name

Identifiers for corporate bodies

0525

Description area

Dates of existence

11/04/1892

History

A Comarca de Pouso Alegre foi criada em 1891, pela lei provincial n° 11, de 13 de novembro, entretanto, é possível encontrar registros de sua atuação judicial desde 1833, quando o termo pertencia a então Comarca do Rio Sapucaí.

Places

Legal status

Functions, occupations and activities

Mandates/sources of authority

Internal structures/genealogy

General context

Os rios Sapucaí e Grande desempenharam papel significativo como vias primárias de acesso para os colonizadores que se aventuravam no interior da capitania de Minas Gerais. Através desses corpos hídricos os exploradores alcançaram e fundaram o arraial do Bom Jesus de Matozinhos do Mandu, região atualmente denominada como Pouso Alegre. Utilizando o rio Mandu, um dos afluentes do rio Sapucaí, os conquistadores penetraram e exploraram o território do sul de Minas em busca de depósitos auríferos, inicialmente, sem o propósito de estabelecer assentamentos permanentes na área. Por volta de meados do século XVIII é possível observar os primeiros indícios desse processo de povoamento. A princípio, a região serviu como ponto de apoio para os bandeirantes, onde descansavam durante as suas expedições de exploração e colonização das áreas adjacentes.

Até os anos de 1770, no arraial do Mandu funcionou um dos postos de controle de entrada e saída da capitania das Minas, principalmente para a fiscalização de contrabandos. (GREGÓRIO, 2018). A tradição oral credita que João da Silva foi um dos primeiros fundadores do arraial, de modo que doou parte de seu terreno para a construção da capela do Nosso Senhor Bom Jesus, inaugurada em 1802 e demolida em meados do século XIX. Desde a sua fundação, Mandu estava administrativamente e judicialmente sob a jurisdição da Comarca do Rio das Mortes, no âmbito religioso respondia à Capitania de São Paulo, dada a sua proximidade. O povoado desenvolveu-se, de modo que em 1810, pelo Alvará de 06 de novembro, foi determinada a criação da freguesia do Senhor Bom Jesus do Pouso Alegre. Alguns anos depois, em 1831, pelo decreto de 13 de outubro, a povoação foi elevada à condição de vila com a data de instalação determinada para o ano seguinte, compreendendo no seu termo as freguesias de Pouso Alegre, Camanducaia, Ouro Fino e Caldas (FERREIRA, 1958).

O primeiro vigário da paróquia de Mandu, o padre José Bento, foi uma importante personalidade para o desenvolvimento político e administrativo da localidade. Em 1830, ele fundou o “Pregoeiro Constitucional”, pioneiro periódico da região do Sul de Minas e o quinto da Província. De acordo com Barbosa, na tipografia do religioso foi editada a primeira “Constituição Política do Império do Brasil”, demonstrando a sua relevância para a propagação das letras na região. Em 1834, José Bento foi nomeado senador do Império, fato que garantiu medidas que beneficiassem Pouso Alegre (BARBOSA, 1971).

No ano anterior, a Comarca do Rio Sapucaí foi criada e compreendia o termo de Pouso Alegre, que se manteve em sua jurisdição até o ano de 1855, quando pela Lei n° 719, de 16 de maio, Pouso Alegre passou a compor a recém criada Comarca de Jaguari. Em 1848, ocorreu a sua elevação para a condição de cidade. Neste momento, Pouso Alegre se desenvolvia economicamente investindo no comércio local e regional, posteriormente, já nos fins do século XIX, tornou-se um importante centro abastecedor (VALE, 2016).

A cidade esteve incorporada à Comarca de Jaguari até o ano de 1891, quando pela Lei nº 11, de 13 de novembro, foi determinada a criação da Comarca de Pouso Alegre, um reflexo da descentralização jurídica que a província de Minas passou durante os anos iniciais da República. Desde os seus anos iniciais até 1935, a Comarca era composta apenas pelo município homônimo, de modo que pelo Decreto nº 155, de 29 de julho do ano corrente, Silvianópolis passou a estar na sua estrutura de atuação. O mesmo município deixou a Comarca em 1938, pelo Decreto-Lei nº 88, de 30 de março. Em virtude do Decreto-lei n° 148, de 17 de dezembro de 1938, a Comarca passou a atuar nos municípios de Borda da Mata, Pouso Alegre e, Silvianópolis retornou para o seu controle.

No Ato das Disposições Constitucionais Transitórias do Estado, de 14 de julho de 1947, consta que Pouso Alegre voltou a ser município único da Comarca. Em 1948, pela Lei nº 336, de 27 de dezembro, que modificou a divisão administrativa e judiciária do Estado, o município de Estiva passou a compor a Comarca. Em 1953, o município de Congonhas também aparece como constituinte ficando até 1970, quando pela Resolução nº 46, de 29 de dezembro, são registrados as seguintes cidades constituintes: Pouso Alegre, Congonhal, Borda da Mata, Espírito Santo do Dourado, São João da Mata, Senador José Bento e Silvianópolis (MARTINS, 2016).

Em 1975, é registrado quatro municípios como constituintes da Comarca de Pouso Alegre conforme a Resolução nº 61, de 8 de dezembro, sendo eles: Pouso Alegre, Congonhal, Senador José Bento e Estiva. Tal composição se mantém até os dias atuais.

Para maiores informações, consultar referências bibliográficas.

Relationships area

Access points area

Subject access points

Place access points

Occupations

Control area

Authority record identifier

BR MGTJMG 0525

Institution identifier

Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJMG

Rules and/or conventions used

Status

Level of detail

Minimal

Dates of creation, revision and deletion

Language(s)

Script(s)

Sources

BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1971.

MARTINS, Lúcio Urbano Silva; SOARES, Rosane Vianna. Comarcas de Minas. Imprensa Oficial de Minas Gerais, 2016.

FERMINO, Leandro H. C. Formação Territorial e Povoamento de Pouso Alegre no Período do Meio Natural. 2023. (Bacharelado em Geografia). Instituto de Ciências da Natureza. Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG

FERREIRA, Jurandyr Pires. Pouso Alegre. In: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 1958. p. 415-416

GREGÓRIO, Juliano de Melo Gregório. Economia e riqueza em Pouso Alegre (1831-1888). Dissertação (mestrado em História). São João Del Rei: UFSJ, 2018.

VALE, Fernando Henrique. Pouso Alegre em transição: Organização política e econômica da Administração Pública nos últimos anos do século XIX. História Econômica-USP/ FFLCH. 2016.

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